Hytalo Santos e marido seguem presos em Carapicuíba após Justiça da Paraíba negar pedido de liberdade


 

Casal está em uma cadeia pública na Grande SP. Expectativa é que eles sejam transferidos para a Paraíba, onde são investigados por exploração sexual de menores de idade, mas ainda não há data.






O influenciador Hytalo Santos e o marido dele, Israel Nata Vicente, conhecido como Euro, seguem presos em Carapicuíba, na Grande São Paulo após terem um pedido de liberdade negado pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).

Eles estão em uma cadeia pública que fica em uma delegacia da cidade e, por questão de segurança, deve ir para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros na tarde desta segunda-feira (18).

A expectativa é que depois eles sejam transferidos para a Paraíba, onde são investigados por exploração sexual de menores de idade, mas ainda não há uma data certa. Veja por quais crimes eles foram presos.


O casal foi preso preventivamente na sexta-feira (15) em uma casa em CarapicuíbaO delegado que fez a prisão disse que eles estavam em rota de fuga do Brasil e, portanto, a manutenção da prisão era necessária para evitar prejuízo nas investigações.

Eles passaram por uma audiência de custódia na manhã do sábado. A defesa dos dois entrou com um habeas corpus, mas a liminar para que eles fossem soltos foi negada.

g1 entrou em contato com a defesa para ter detalhes dos argumentos do habeas corpus, mas não teve resposta até a última atualização desta reportagem.

Na sexta, após a prisão, em entrevista coletiva no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o advogado Felipe Cassimiro afirmou que a decisão é "genérica". E completou dizendo que "estamos diante de uma decisão ilegal".

Hytalo é investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e Ministério Público do Trabalho (MPT) por exploração e exposição de menores de idade em conteúdos produzidos para as redes sociais.
Euro gravava vídeos com o influenciador paraibano, com quem está há cerca de cinco anos. Crianças e adolescentes que participavam dos vídeos com Hytalo também apareciam em conteúdos gravados e publicados por Euro.

 O caso ganhou repercussão após denúncias do youtuber Felca sobre casos de "adultização" de crianças e adolescentes.

Desde então, o influenciador foi alvo de medidas da Justiça da Paraíba, como a derrubada das redes sociais e mandados de busca e apreensão.


Na ordem de prisão do casal, o juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa da 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba, disse que "há fortes indícios" de tráfico de pessoas, exploração sexual e trabalho infantil artístico irregular, produção de vídeos com divulgação em redes sociais e constrangimento de crianças e adolescentes, entre outros crimes.

Ele argumentou ainda que a prisão procura "impedir novos atos de destruição ou ocultação de provas, bem como evitar a intimidação de testemunhas", acrescentando que essas “situações que já vêm ocorrendo desde que os investigados tomaram conhecimento da existência da investigação em seu desfavor".

O juiz ressaltou que os dois "já destruíram elementos de prova; já removeram tudo aquilo que seria apreendido; já turbaram a investigação criminal, e tais situações estão claras nos autos".

O magistrado reiterou que as condutas deles "revelam uma ação coordenada para comprometer o curso regular das investigações, dificultar o esclarecimento da verdade e prejudicar a eficácia do trabalho investigativo conduzido por este grupo especial".

E prosseguiu: "Os representados têm adotado condutas reiteradas para dificultar o esclarecimento da verdade, valendo-se de práticas ilícitas como a tentativa de destruição de documentos e aparelhos eletrônicos, esvaziando às pressas residência, ocultando valores e veículos utilizados".

Essas condutas evidenciam a necessidade de medidas extremas para assegurar a integridade das provas e a regularidade do procedimento investigativo.
InvestigaçõesA investigação do MPPB começou em 2024. O caso é dividido em duas promotorias, a de Bayeux e a de João Pessoa:Bayeux: a investigação é da promotora Ana Maria França. A apuração começou no fim de 2024 após denúncias de vizinhos do condomínio de Hytalo de que adolescentes faziam topless e participavam de festas com bebida alcoólica.João Pessoa: o responsável pela condução dos trabalhos é o promotor João Arlindo, que disse ao g1 que investiga a possibilidade de um esquema feito pelo influenciador para obter a emancipação desses menores de idade em troca de presentes, como celulares, para os familiares deles. Segundo o promotor, o relatório do inquérito vai ser finalizado na próxima semana.Hytalo foi ouvido e negou todas as acusações.🔎 Emancipação é o ato que concede a um menor de idade, entre 16 e 18 anos, a capacidade civil plena, permitindo que ele pratique todos os atos da vida civil como se fosse maior de idade, por exemplo, assinar contratos, comprar e vender bens, entre outros.Hytalo também é investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo o procurador Flávio Gondim, as investigações analisaram mais de 50 vídeos publicados nas redes sociais do influenciador e foram colhidos mais de 15 depoimentos de pessoas envolvidas na produção desses conteúdos

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