Saúde mental


Saúde mental é um estado de bem-estar mental que permite que as pessoas lidem com os momentos estressantes da vida, desenvolvam todas as suas habilidades, sejam capazes de aprender e trabalhar adequadamente e contribuam para a melhoria de sua comunidade. É uma parte fundamental da saúde e do bem-estar que sustenta nossas habilidades individuais e coletivas de tomar decisões, estabelecer relacionamentos e moldar o mundo em que vivemos. A saúde mental também é um direito humano fundamental. E um elemento essencial para o desenvolvimento pessoal, comunitário e socioeconômico.

Saúde mental é mais do que apenas a ausência de transtornos mentais. Ela ocorre em um processo complexo, que cada pessoa vivencia de uma maneira diferente, com graus variados de dificuldade e sofrimento, e resultados sociais e clínicos que podem ser muito diferentes.

As condições de saúde mental incluem transtornos mentais e deficiências psicossociais, bem como outros estados mentais associados a um alto nível de sofrimento, incapacidade funcional ou risco de comportamento autodestrutivo. Pessoas que sofrem com eles têm maior probabilidade de apresentar níveis mais baixos de bem-estar mental, embora isso não seja necessariamente sempre o caso.

Transtornos mentais e transtornos relacionados a substâncias psicoativas são altamente prevalentes em todo o mundo e são causas importantes de morbidade, incapacidade e mortalidade prematura. No entanto, os recursos alocados pelos países para lidar com esse fardo são insuficientes, distribuídos de forma desigual e, às vezes, usados ​​de forma ineficiente. Juntos, esses fatores levaram a uma lacuna de tratamento que, em muitos países, ultrapassa 70%. O estigma, a exclusão social e a discriminação que cercam pessoas com transtornos mentais agravam a situação.

Principais fatos
  • Os transtornos mentais aumentam o risco de outras doenças e contribuem para lesões não intencionais e intencionais.
  • A depressão continua a ocupar a primeira posição entre os transtornos mentais mais diagnosticados, e é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens. Entre 10 e 15% das mulheres nos países industrializados e 20 a 40% das mulheres nos países em desenvolvimento sofrem de depressão durante a gravidez ou o período pós-parto.
  • Transtornos mentais e neurológicos em idosos, como a doença de Alzheimer, outras demências e depressão, contribuem significativamente para a carga de doenças não transmissíveis. Nas Américas, o predomínio de demência em idosos (acima de 60 anos) varia de 6,46% a 8,48%. As projeções indicam que o número de pessoas com esse transtorno dobrará a cada 20 anos.
  • Para transtornos afetivos, de ansiedade e por uso de substâncias, graves e moderados em adultos, a diferença mediana entre pessoas com os diagnósticos e o acesso ao tratamento é de 73,5% na Região das Américas, 47,2% na América do Norte e 77,9% na América Latina e Caribe (ALC). A diferença para esquizofrenia na ALC é de 56,9%, para depressão é de 73,9% e para álcool é de 85,1%.
  • A despesa pública média em saúde mental em toda a Região é de apenas 2,0% do orçamento da saúde, e mais de 60% desse dinheiro vai para hospitais psiquiátricos.
Folha informativa

Mundialmente, o gasto médio com serviços de saúde mental é de 2,8% do gasto total destinado a saúde. Os países de baixa renda gastam cerca de 0,5% de seu orçamento de saúde em serviços de saúde mental, e os países de alta renda 5,1%.

Na Região das Américas, os gastos variam de 0,2% na Bolívia a 8,6% relatados pelo Suriname. Existe uma correlação linear direta significativa entre a renda nacional e o gasto público destinado a saúde mental como proporção do orçamento total da saúde.

A OMS recomenda que a alocação dos gastos em saúde seja proporcional à carga dos problemas de saúde mental e que haja paridade entre os aspectos físicos e mentais dos cuidados de saúde. Em termos práticos, isto significa que os serviços de cuidados de saúde física e mental devem ser prestados de forma integrada e que a porcentagem da despesa atribuída aos serviços de saúde mental deve ser proporcional à porcentagem da sua carga atribuível.

Resposta da OPAS

Em 2013, a Assembleia Mundial da Saúde aprovou o Plano de Ação Global sobre Saúde Mental 2013-2020. Em nível regional, decidiu-se revisar o Plano de Ação em Saúde Mental, adotado em 2009, para atualizá-lo e alinhá-lo ao Plano Estratégico da OPAS e ao Plano de Ação Integral em Saúde Mental da OMS.

O Programa de Saúde Mental promove, coordena e implementa atividades de cooperação técnica que visam fortalecer as capacidades nacionais para desenvolver políticas, planos, programas e serviços, contribuindo para a promoção da saúde mental, redução da carga de problemas de saúde mental, prevenção de desabilidades e desenvolvimento da reabilitação. Atualmente, a maioria ou quase todos os países da América Latina e do Caribe estão recebendo alguma forma de cooperação técnica em saúde mental da OPAS/OMS, seja em projetos específicos e de forma sistemática ou pontual em resposta a exigências específicas dos governos.


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